O drama italiano Caos Calmo (2008, 105min.), em cartaz no Cine Praia Grande (sessões diárias às 16h30min, 18h30min e 20h30min; ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00 – meia para estudantes com carteira e maiores de 60 anos – aos domingos, R$ 2,00 para todos), conta a história de Pietro Palladini (Nanni Moretti), após a morte da esposa. Baseado em romance homônimo de Sandro Veronesi, trata da necessidade de superação do caos provocado pelo fato, tendo que aparentar tranquilidade, para garantir a da filha.
O filme inicia-se com o protagonista e seu irmão, numa praia, salvando duas moças do afogamento, enquanto – ele não sabia – sua mulher morria em casa, subitamente. Depois, Pietro tem que cuidar (quase) sozinho, da filha, o que acaba levando-o a uma vida monótona – o que, de certa forma, contagia o filme, um tanto quanto lento, silencioso.
Talvez a história pudesse ser contada de forma mais enxuta e a película ter menos tempo. Talvez a história – ou sua contação, melhor dizendo – se alongue demais justamente para dar a idéia da repetitiva “tranquilidade” que se tornou a vida do pai – executivo bem sucedido que precisa manter a calma também para pensar nos rumos que tomará a empresa em que trabalha –, que um dia ao deixar a filha no colégio, resolve ficar esperando na praça em frente.
E diversos personagens passam a compor aquele seu pequeno mundo particular: o dono da banca de revistas, o dono do restaurante onde almoça, a moça que passeia com um grande cão, seu irmão, sua cunhada, um garoto com síndrome de down a quem Pietro faz piscar as lanternas do carro num aceno retribuído de forma feliz, sempre que ele passa.
Vencedor em três categorias (melhor ator coadjuvante, trilha e canção original) no David di Donatello – importante premiação do cinema italiano – Caos Calmo é menos caos e mais calmo que o esperado. O cartaz não engana.