
“Me chame pelo seu nome”, a frase que dá título ao filme de Luca Guadagnino, é um código entre um adulto e um adolescente que descobrem a amizade e o amor, nessa ordem.
A ação se passa no interior da Itália, no início da década de 1980, mas poderia ser em qualquer país, a qualquer tempo: os pais de Elio (Timothée Chalamet), o adolescente protagonista, são, infelizmente, exceções. Mentes abertas, libertários, os pais que todo filho gostaria de ter – longe de isso significar um salvo-conduto para eventuais irresponsabilidades.
Garoto prodígio, Elio tem 17 anos, lê partitura, toca piano e violão, para deleite dos mais velhos, lê bastante, conhece um pouco de tudo e conversa sobre qualquer assunto, entre o próprio esforço, herança genética e o ambiente familiar favorável, de pais ligados à ciência e à arte.
Curtindo as férias de verão na casa dos pais, a rotina, meio preguiçosa, meio animada, entre nadar, andar de bicicleta, muitas visitas e encontros furtivos com garotas, é interrompida pela chegada de Oliver (Armie Hammer), acadêmico que veio encontrar o pai de Elio, um professor universitário.
Elio e Oliver são bonitos e este, estrangeiro, desperta a curiosidade das garotas que frequentam a casa, com o próprio Elio sugerindo contatos, preocupado em ser bom anfitrião.
Baseado no livro homônimo de André Aciman, Me chame pelo seu nome [drama/romance, França/Itália/EUA/Brasil, 2018, 131 min.; em cartaz no Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande)] muito provavelmente será rotulado apenas como um romance gay, pelo envolvimento de seus protagonistas, embora o filme não levante nenhuma bandeira em si.
É um filme delicado, bonito, bem realizado – com cenas de sexo idem. Se há uma lição é o “qualquer maneira de amar vale a pena”, que infelizmente ainda nos recusamos a aprender. Aliás, triste pensar que atualmente ainda exista gente que não pense como os pais de Elio.
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Veja o trailer:
Um comentário sobre “O mais importante é o verdadeiro amor”